Alguém disse

- Estás triste hoje, foi o quê?
- Não é nada.
- Vá oh. Tens o quê?
- Tenho saudades tuas.
- Fodasse, não te metas com essas merdas que eu choro.


(Ah, sobre a nova etiqueta do "diz que disse", eu explico: há uns anos, por brincadeira, enchi um Moleskine com coisas que me diziam. Boas e más, isso não interessa. Tenho coisas bem bonitas, sim, tenho as palavras de incentivo que me disseram quando fiz teatro pela primeira vez; tenho as últimas palavras que o meu avô me disse, no hospital, antes de morrer; tenho as promessas de paixões que nunca chegaram a ser cumpridas... E desde que comecei a fazer isso que sei: há coisas que não posso esquecer. Nunca. Independentemente de amanhã fazerem sentido ou não. Então pronto, é esta a história. Tenho manias parvas, diz-me lá. Talvez amanhã me arrependa e continue a guardar as palavras dos outros só para mim. Mas hoje, apetece-me mostrar-te isto. Sem nomes, porque vem aqui muita gente. Ficas com as palavras, e eu com os nomes. Combinado? Agora vem-me com as tuas conversas bonitas, vem, vem. Não vou meter nenhuma, só para te chatear.)