Esta manhã encontrava-me eu na linha vermelha a sentir-me
fustigada visto que o meu querido aparelho reprodutor de música morreu, era tão novo coitadinho foi uma falta de bateria que lhe deu e ouvi uma conversa ao lado entre dois amigos/irmãos/colegas
que fazem sexo sem qualquer tipo de sentimento, do género tens-mesmo-de-ouvir-a-retrospectiva-do-meu-ano,
oh c’mon nobody cares, mas espera que eu tenho um blogue logo a situação muda
bruscamente: acabei uma relação de três anos, fiz um Harlem Shake, dei umas
palmadinhas na cara do Dyed, comecei a fotografar, fui de Erasmus para Itália, dancei 12 horas seguidas, vi um musical do Moulin Rouge e tenho viajado muito. Ninguém que eu amasse morreu! Fiz todas as cadeiras da faculdade excepto Espanhol IV, saí muito à noite, não me apaixonei mas andei lá perto. That's it. E nisto concluí que foi talvez o melhor ano
dos meus vinte e um anos de existência e que por isso poderia, eventualmente,
ter escrito algo mais cuidado e pomposo mas tive de trocar de linha ali na
Alameda e voltei ao mundo encantado da multidão apressada empurrando-se sem dó
nem piedade e quase levei com um cu na cara enquanto subia as escadas rolantes. Tirando
isso e a minha falta de tempo e inspiração, estou bem e prestes a meter a mala ao ombro para voltar a território alentejano daqui a pouco.