A minha alegria ao subir as escadas e contemplar, do alto dos meus ténis esburacados, três estantes microscópicas de literatura Portuguesa. Felicidade! Felicidade! Suspeito que o último Português em Florença com desejos aflitivos em ler na língua materna já tenha passado por cá há alguns anos, tal era o cheiro a pó e mofo daquelas prateleiras. De qualquer forma, andei de livros na mão, indecisa, dois de Saramago contra um de António Lobo Antunes. Eu que desde que entrei para a faculdade nunca mais me lembrei de ler por meu belo prazer e ocupava os meus tempos livres a escrever para mim, a laurear a pevide ou simplesmente a não fazer nenhum, pois que tenho sofrido de ataques constantes ao meu intelecto: a vozinha da minha querida mãe, dinheiro gasto em livros nunca é dinheiro mal gasto, reconfortando-me por gastar umas notas em páginas que vou engolir impacientemente mal publique este texto.